Apostila – Dramatização Cristã

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” I Coríntios 10:31

A dramaturgia foi uma das primeiras formas de arte desenvolvidas pelo ser humano. Para investigar as raízes definitivas do teatro, é preciso navegar até o início da arte em si.

Na Grécia Antiga, mãe de nossa civilização, encontramos figuras centrais ao surgimento da dramaturgia. Os festivais em louvor a Dionísio – um deus grego – eram palco de atividades libertadoras, às vezes assustadoras, mas ainda nada interpretativas. Isso mudou com Téspis, o primeiro dramaturgo da história.

Téspis era apaixonado por imitar, e suas ousadas interpretações em meio aos coros gregos deram origem a um exército de dramaturgos.

A Grécia se tornou a capital do teatro, com tragédias e comédias. As peças refletiam as condições humanas, dando vida às fantasias do ser.

Peças teatrais foram importantíssimas à história da França. No século XIX, a febre do teatro tornava possível que todos recebessem a influência de artistas. Revolucionários e emancipadores, artistas foram os responsáveis pelas grandes mudanças sociais na época.

Escolas ao redor do mundo apostam no teatro na formação intelectual. Um estudo mostrou que as crianças envolvidas em atividades teatrais na escola obtiveram notas maiores no SAT, o exame estudantil dos EUA. Os acertos em linguagens e matemática foram muito maiores. Isso comprova a capacidade do teatro de desenvolver o pensamento lógico e crítico nos jovens atores.

Podemos perceber que a história do teatro está intimamente ligada a religiosidade desde sua fundação. Por muito tempo a prática era permitida apenas em sarais religiosos, sem apelo cômico ou fantasioso. A igreja Católica era a única instituição que poderia liberar ou não a apresentação de peças, inclusive deveria ser consultada quanto a temáticas e intérpretes.

Com o decorrer dos anos, a Dramatização foi ganhando formas variadas de apresentação. Vamos a algumas:

1. Esquetes – cenas rápidas, com menos de 10 minutos, geralmente cômicas

2. Pantomima – peça gestual, geralmente em drama ou musical, sem narração ou diálogo

3. Leitura Dramática (declamação), em monólogo, dueto ou grupo – uma peça de teatro lida em voz alta, interpretado através de inflexões vocais, de expressões faciais e de gestos econômicos

4. Musical – combina música, canções, dança e diálogos falados

Hoje temos diversas representações em nosso meio. Para isso, é necessário observar algumas regras referentes à Pantomima com relação a clareza da mensagem. Vamos a elas:

     a) A pantomima usada como um ministério evangelístico nunca deve ser um jogo de adivinhação, deve indicar claramente o tema e objetivo.

     b) É importante lembrar que na obra dramática, o pensamento vem em primeiro lugar. Deixe os olhos responderem primeiro, depois o rosto e a cabeça e, finalmente, o resto do corpo. Isso é chamado de sequência motivada.

     c) As ações devem ser sempre simples e claras.

     d) Cada movimento e expressão deve ser sempre visível.

     e) Deve haver uma razão para cada gesto ou movimento.

     f) Apenas um gesto ou movimento deve ser feito ao mesmo tempo.

     g) Ensaie até que você tenha criado uma caracterização clara.

Pensando nessas categorias, e nos eventos que você já participou, quais tipos de dramatizações você já assistiu nas seguintes situações:

Abertura de Campori
Pôr do sol em acampamento
JA

Evangelismo público na rua
Saral literário ou poético
13º sábado infantil
Trimestral ou Clubão
Para um bom entendimento, e para que a mensagem seja inteiramente passada ao expectador, algumas regras precisam ser observadas:

     1. Nunca virar as costas para a plateia

     2. O tempo de leitura e sequência do script deve ser lento durante uma linha falada e rápido entre as linhas (sem espaço morto entre os personagens falando)

     3. Falar claramente as palavras (exceto quando indicado pelo diretor de palco)

     4. Não consumir produtos lácteos ou doces (chocolate, refrigerante) antes de falar ou cantar

     5. Manter a postura/concentração (não sorrir, salvo quando indicado pelo diretor de palco)

     6. Ficar no seu espaço (salvo quando indicado pelo diretor de palco)

     7. Não bloquear a visão da plateia dos outros personagens

     8. Usar as mãos e os olhos

     9. Demonstrar presença e contracenar com um objeto imaginário

     10. Nada bloqueando a boca (chiclete, etc)

Além de regras, a Dramatização possui alguns termos próprios, com significados bem específicos.